O preâmbulo de um (outro) adeus
O nevoeiro, o teu corpo inerte, o eco estéril das notícias pela rádio, as portas deste carro. Tudo me aprisiona e sufoca. Amarras-me os braços com o torpor da tua apatia e eu já não os consigo estender para alcançar a constelação de sonhos que paira sobre mim enquanto dormes, distante do que quero e sou. E que é tão mais do que a carne que pretendes assegurada para, lentamente, morrer a teu lado. Desconheço-me na penumbra da tua indolência.
(fotgrafia: "No pulse", por Joana Linda)