Cama 28
Não é com os soros e drogas com que me rasgam a carne e envenenam as veias que me vão matar a sede pela vida lá fora.
Uma onda provocada,outra apetecida,o mar fazendo-lhe cócegas frescas. Nadou para longe da orla, sítio rugoso onde a água namora a areia. Braçando-se lateralmente,afastou-se. Num arrepente, seus cabelos pesam-lhe - correntes na alma apaixonadas pela gravidade. Vislumbra com o olhar a praia distanciando-se dela, uma corrida perigosa. Nada, cansada,nada,nada consegue agarrar, agarra-se consecutivamente a nada. E nada,nada,sentido a existência esvair-se,seus cabelos pesarem-lhe mais e mais.