Do impressionismo das minhas saudades

Quando a minha cadela branca se cansa de correr entre as rosas vermelhas do jardim acaba a beber a água castanha dos vasos. Quando o verde das ervas se estende à minha frente mostrando que ali não há lugar ao cinzento do betão onde moras o meu corpo castanho queimado pelo sol amarelo arrepia-se com a falta que lhe faz o toque da palma branca da tua mão. E eu acabo por chorar uma lágrima transparente. Porque nunca descobri de que cor é a saudade.
(Imagem: "Soleil Levant", Monet)