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quinta-feira, agosto 27, 2009

Porque sempre só


A tua voz encerra o quintal com oliveiras de prata nas noites de luar e os recantos negros dos currais onde ele (que morreu um ano e dois dias depois de eu nascer) escondia o azeite durante a Guerra. A tua voz é o eco de um terço murmurado antes de adormecer (nunca concluído). E tem a suavidade dos cabelos brancos da minha avó. Perde-se entre as linhas cruzadas dos telefonemas do meu pai tão longe. A tua voz tem ecos dos meus passos a caminho da escola e o toque macio de um beijo proibido. Desenha o Alentejo e os corpos presos entre si, envoltos no vento quente da planície. Cheira ao mar de Porto Côvo. A tua voz explode e desvanece-se caindo sobre mim. Como ténue caliça de solidão.

3 murmúrios:

Blogger João Roque murmurou...

Texto muito pessoal e com a tua marca de um extremo bom gosto na escolha das palavras e na construção das frases.
Bela homenagem a alguém que te é(ou foi) querido.
Abraço.

12:15 da manhã  
Blogger Lídia Borges murmurou...

Maravilhoso este texto!
De como uma voz pode pintar paisagens dentro das nossas memórias

Um beijo!

10:26 da tarde  
Blogger Ana Prado murmurou...

Meu querido Luís, meu querido amigo, não podes sequer supor a emoção que me embala a escrever estas linhas...
sabes exactamente o que é essa voz, essa voz que também sobre mim cai, ora em solidão, ora em festa, dependendo apenas do passado que me evoca.
Obrigada. Muito, muito obrigada por este texto. É muito pessoal sim, mas deixa-me roubar-to e ajustá-lo à minha experiência.
Um abraço muito grande.

12:47 da manhã  

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