Even when I die (having the time of my life)
Não me lembro de alguma vez te ter escrito alcoolizado. Escrevo-te hoje. O jantar entre sorrisos à beira-rio e uma reserva de tinto. Com velas e risotto. Escrevo-te uma pista de dança e os copos a transbordar de um alívio transparente. A música e a alma que se entrega à cadência dos ritmos. A carne morena semi-descoberta ornamentada de branco ou cores ou arroubos. Escrevo-te o toque dos lábios nos ouvidos que sussurram nadas e água fria que arremesso à cara, já incapaz de me tirar deste torpor. A noite desenha o enlevo da tua presença num vento frio que se levanta do Tejo e és o copo que tenho na mão, cujo conteúdo sorvo com inefável devoção. Despeço-me de todos e saio. A música continua e eu danço sozinho na rua. Rasgo o númeno e alcanço-me a mim próprio e ao amor porque afinal Deus não está morto. E até pode ser que assim falasse Zaratustra.
5 murmúrios:
Claro que Deus não está morto; nem os deuses, incluindo Baco...
O amor, quer por inspiração divina, quer por efeitos etílicos, acabará sempre por vencer!
Abraço.
"A noite desenha o enlevo da tua presença num vento frio que se levanta do Tejo e és o copo que tenho na mão, cujo conteúdo sorvo com inefável devoção."
Fez-me suspirar :)
Beijos
Por vezes sabe bem deixarmo-nos levar por uma reserva de tinto... a pena fica mais solta e escreve-se poesia...
um beijo do meu mar
Gostei de te "ver" dançando sozinho, na rua...
Bonito o teu texto!
Beijos
só te deixo um sorriso. porque antes de qualquer coisa, foi isso que este texto me motivou.
também um abraço.
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