Da água que escorre pelas páginas nas tardes de chuva
O meu corpo desfez-se pouco a pouco com a humidade. Apodreceu entre ferrugens e saudade, empapado pelo suor de amores passados. O ar é pesado, saturado de solidões nas tardes chuvosas dos domingos deste Inverno. Sufoco. Braços, corpos, ventos loucos e a distância é tanta, rasgada na minha pele. Os cabelos colam-se-me à pele e a pele à alma e a alma não voa. Sufoco, já te disse: a alma não voa.
(Pintura: "Flood", por Gertrude Abercrombie)
8 murmúrios:
Belo!
Respira fundo, talvez a alma se solte...
Beijinho, Luís
Quem disse que a alma não voa???
Olá de novo. Como fazer para seguir o teu perfil? Quero ler-te como quem ouve ao vivo um amigo especial segredar-nos coisas aos ouvidos enquanto nos massaja a alma...
A alma vôa sim. Há que ensiná-la a voar.
Há lá um prémio para um blog magia. O teu também é.
A alma é aquela que nos faz a vida negra. Queria conseguir não ouvi-la falar,,, mas grita tão alto que as vezes nem deixa dormir.
Abraço para ti e bom regresso às palavras
Luis, vai lá à postagem Blog magico, porque é magia encontrar um homem que escreve assim....
Não há muito tempo, numa das ruas da Net, dei consigo e gostei! Obviamente gostei, tem tudo para envolver. Voltei a passar com frequência e, continuo a gostar. Mas, sabe, a alma voa mesmo!...
Lindo o teu blogue. Simplesmente espectacular. Adorei o som de entrada!
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