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terça-feira, fevereiro 19, 2008

Sei (te)


Há noites em que a noite custa a passar. Abro a janela para ver se fujo ao peso do silêncio do que já não é mas o vento fere-me com uivos de histórias distantes. Os dias passam mas já não existe vida pois a vida sem o teu cheiro sempre me soube a morte. A vida ficou lá fora, para lá desta janela e destes telhados. A vida parece ter seguido arrumada entre o teu casaco e os teus livros. Não preciso de escutar os pormenores que este vento teima em urrar para te ver. Aqui sentado à secretária sei-te a sair de casa ajeitando a imensa massa negra do teu cabelo. Vejo-te sorrir para o mendigo perto da paragem enquanto aguardas o autocarro. Vejo a tua presença arrebatadora enquanto conversas com as amigas à hora do almoço e sinto a violência da tua paixão ao telefone com aquele que não sou eu. Vejo-te a caminhar de regresso a casa, divagando pelas montras de mil lojas e sinto a fragilidade que te aperta o estômago. Os anos passam e tu ainda queres tanto para ti. Vejo-te e sei-te a dormir neste momento em que o vento me conta do creme que continuas a passar pelo rosto antes de te deitar. E eu? Deito-me também. Talvez reze a Esse Deus a quem sempre me entreguei em menino. Queria tanto que Ele me levasse para outro lado... Podia ser para uma daquelas casas onde a vida não se fica para além das janelas.
(imagem: "La dolce vita", de Anne Garney)

9 murmúrios:

Blogger Maria murmurou...

Intenso, profundo, inquietante.
Nesta noite em que a noite custa a passar.
Excelente post...

Um beijo, Luís

2:46 da manhã  
Blogger LUA DE LOBOS murmurou...

tens mesmo a idade que dizes ter ??? :::)))
xi coração de uem adorou ler-te
maria de são pedro

6:34 da tarde  
Anonymous Anónimo murmurou...

Texto perturbador, música tranquilizante... que a segunda composição genial ajude a primeira a encontrar a paz merecida...

8:00 da tarde  
Blogger João Roque murmurou...

Perdoa-me, se desta vez não falo do texto, bom como sempre; se não falo da suave melodia que escolheste a preceito para o acompanhar. Prefiro realçar uma foto que não me foge da retina, pelas suas cores, por todo o seu conteúdo: genial!

9:53 da tarde  
Blogger Pé de Salsa murmurou...

Luís,

Pensei em fazer-te a mesma pergunta da Lua de Lobos.

Este texto, de tão profundo e lindo, até dói!

Um beijo.

11:17 da tarde  
Blogger Cleopatra murmurou...

Ninguém pergunta a idade a um homem que não a tem.

Qto ao texto,... deixo-te uma pequena lágrima. É demasiado bonito porque mostra em demasia a tua alma.

Qto ao quadro escolhido....é o parar do tempo e o revisitar da Vida...mas tem cor...Ou :- Em Álcacer eram verdes meu amor ....

A música... é a serenidade da idade certa.

10:56 da manhã  
Blogger Luís murmurou...

Sim. São 26.

Obrigado a todos pelos comentários. Muito.

1:56 da tarde  
Blogger rascunhos murmurou...

26 ???



como é que alguém com 26 anos pode SENTIR assim...


( continuo a passar agora e sempre, mesmo que por vezes não encontre palavras para aqui deixar...)

11:08 da manhã  
Blogger Luís Galego murmurou...

Talvez reze a Esse Deus a quem sempre me entreguei em menino...

um post delicado, com muitos segredos escondidos (ou não)...

é um prazer por aqui passar e voltar.

9:20 da tarde  

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