E um dia soube que nunca virias
Descer a esta praia foi uma reacção que se prolongou por demasiado tempo e eu estou cansado de reagir. Foram tantas vezes. Desci, guiado pelas asas de mil gaivotas, e entreguei o meu corpo ao vento que o arrebatou entre espasmos e urros. Este corpo que nunca mais foi teu. As ondas murmuraram-me os dias, poemas e paisagens. Alguns amigos. Foram tantas as vezes e em nenhuma delas foste tu. Continuei a descer e em cada descida uma esperança. Via a beleza desta praia e ia mais longe. Conhecia da beleza para lá do que aqui existe. Contemplei tanto, tanto, sem que em nenhuma dessas vezes te chegasse a ver, pois tu nunca vieste cá ter. A reacção deixou de ser o meu viver e eu não quero mais reagir. Sigo entregue. A um qualquer murmúrio que me leve.
16 murmúrios:
Foram e serão tantas as vezes e em nenhuma delas foste ou serás tu.
E eu fico aqui, à espera que uma onda me leve...
Este é um dos textos mais belos que tenho lido ultimamente.
Parabéns Luís.
Um beijinho.
Não dá para...não pergunto. Tenho medo que não dê.
Não percebi Cleópatra...
Não dá para... quê?
Não dá para fazer com que ela volte?
Só tive medo de perguntar.
E tu, respondes-me?
Estimado Luís,
Há muitos meses que acompanho o teu blog. Descobri-o já não me lembro como e bastou-me ler um pequeno texto para saber que este era um sitio a que teria de voltar muitas vezes. Não só pela tua escrita, tão absorvente e envolvente, mas sobretudo pela equivalência aos teus sentimentos, às tuas sensações, às tuas vivências.
Lembro-me de me apetecer em muitas ocasiões fazer comentários mas antes não tinhas essa hipótese para quem não tivesse um blog. Agora que a tens aqui fica aquilo que te queria dizer: obrigado!
No meio de tanto equívoco que circula pela internet é francamente reconfortante e recompensador encontrar espaços como este, ler palavras como as que tu escreves, reviver momentos como os que tu traduzes ou imaginar pessoas como a que tu deves ser.
Não "nos" deixes nunca!
Dá sempre para um regresso desde que permaneça a esperança.
Um bom fim de semana
Bjs Zita
Esta tua prosa poética é de tal forma singular e bela, que é difícil encontrar palavras para comentar.
Os meus parabéns!
E não esqueças a sugestão de publicares em livro, são legados que ficam...
Beijinhos*
Este comentário foi removido pelo autor.
Não me respondeste Luís.
Cleópatra:
A vida constrói-se todos os dias e o homem colabora nessa construção... até onde pode, pois claro.
Ricardo:
Fiquei sensibilizado com as tuas palavras, apesar de não me achar merecedor.
Os textos que aqui publico são apenas breves apontamentos sem qualquer técnica ou rigor literário...
Obrigado!
Luís,
Fica-te bem a modéstia mas tu sabes, ou com todos os comentários que tanta gente aqui te deixa, já deverias saber, que tens um dom! E eu não sei se o dom que tens responde, ou deveria sequer responder, a alguma "técnica ou rigor literário" como lhe chamas, mas o que sei, é que esse dom é capaz de deslumbrar e comover e encantar pessoas que nunca te conheceram nem fazem a menor ideia de quem és. E isso, concordarás, nem todos o conseguem. Quantos livros de escritores profissionais já leste que não o conseguiram? Pois aí tens a resposta ao teu merecimento!
E o desafio da maria p. faz todo o sentido. Já muitos to devem ter sugerido mas não sei se é algo que a ti te emocione... Tu dirás. O que sei é que todos os que lemos o teu blog gostaríamos que isso um dia acontecesse. E esse seria o melhor "obrigado" que nos poderias dizer.
Belo!
Espero voltar
E quantas vezes ela terá descido também a essa praia e não te encontrou?
Na construção da vida há desencontros que nem por isso o são.
Good write-up
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