<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d31896494\x26blogName\x3dO+Murm%C3%BArio+das+Ondas\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://luisgrodrigues.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://luisgrodrigues.blogspot.com/\x26vt\x3d6077318278056400174', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Noites com a noite nos braços



As paredes arrefecem-se do sol que as lambeu durante todo o dia. Agora o vale vestiu-se de noite e o terraço enfeitou-se de estrelas. A vela acesa empenha todos os esforços: não quer a casa abraçada pelas trevas. Tu também te esforças para saber. "Porque é que não páras? Porque não te deitas?" Vejo a dúvida nos teus olhos e saio para o alpendre. Tu não percebes e ninguém antes de ti percebeu. Nem eu. Não consigo. Tenho que sair de nós para estar contigo. Caminho descalço sobre as lajes frias. Fecho a cancela e sigo em direcção ao monte. Sinto-me feliz, agora que embalo a noite escura e fria. Agora que a tenho nos meus braços. Ninguém antes de ti percebeu. É que eu não sei esse abraço permanente. Ninguém soube que me queria perder enlouquecido de saudade do que nunca tive e que essa é a saudade mais perigosa. Por isso continuo a caminhar. A casa é agora um pontinho onde a lua se derrama lá no fundo do vale. A erva transpira a chuva que não caiu e caminho sentindo o seu roçar nas minhas pernas. Diz-me que a ventania se aproxima prenha de carícias. Conta-me histórias de felicidade e pede-me que me deite sobre ela. A casa já não se vê e por isso deixou de existir. O universo é o homem e a erva que pisa. Ambos com saudades do que não houve. E envoltos um no outro adormecem. Silêncio. Sobre o homem e a erva onde agora se deita.

(fotografia de Filipa Scarpa)

15 murmúrios:

Blogger Urban Cat murmurou...

Ai os abraços...como sinto falta de um bom abraço, daqueles sentidos...

Beijos

11:28 da tarde  
Blogger Arauto da Ria murmurou...

Luis,
"tenho que sair de nós para estar contigo".
Que preciosidade..!
Aliás o texto é excelente e rico em tudo, qualquer dia torno-me repetitivo o que é muito mau, mas a culpa é toda tua, pois tu estás cada vez melhor.
Para quando um livro?
Não é uma ideia tola...
Um abraço.

1:23 da manhã  
Blogger rascunhos murmurou...

A escolha que fazes das palavras é surpreendente.

Nunca pensaste em publicar um livro?

É fantástico o que nos transmites...

Cpts

9:45 da manhã  
Blogger Angela murmurou...

É um deleite ler-te!

A saudade do que nunca se teve e do que nunca houve é com efeito a mais perigosa pois não há nada pior do que não ter resposta para certas dúvidas... Talvez no refúgio solitário conseguimos imaginar as respostas. Talvez nos faça sentir melhor. Talvez nos faça sentir pior.

Um grande beijinho.

11:26 da manhã  
Blogger Luís murmurou...

Marta:
Todos nós sentimos a falta desse abraço de vez em quando...

Arauto e Rascunhos:
Um livro? Não sei... Acho que a escrita é algo que se deve abraçar num todo; duvido que conseguisse escrever um livro sem prejudicar a actual actividade profissional. Para além disso não tenho contactos com nenhuma editora que me diga que o escrevo vale a pena publicar...

Angela:
Também é um deleite passar pelo teu cantinho (mesmo que não deixe comentários de todas as vezes que por lá passo).

Obrigado a todos pelas visitas =)

12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo murmurou...

É curioso Luís, que ao ler o teu texto, uma frase sobressaíu, precisamente aquela que o Arauto da ria referiu
"tenho que sair de nós para estar contigo" tem muita força, sabes?
Um abraço.

4:09 da tarde  
Blogger MiaHari murmurou...

Olá Luis,

Obrigada pela visita que me fez.
Escusado será dizer que este texto está encantador. Aliás, a tal singeleza já nos habituou!

8:33 da tarde  
Blogger Maria Carvalhosa murmurou...

Luís,

Cada texto teu é uma dádiva. Quando julgo que construíste o teu melhor post e, a partir daí, serão igualmente belos, mas não melhores, surpreendes-me com mais uma pérola.

Sinto (tenho a certeza) que jamais deixarás de me surpreender. :)

Um beijo sentido.

2:53 da manhã  
Anonymous Anónimo murmurou...

Ambos com saudades do que não houve


é o que mais doi, pensar que as coisas passam e não damos por elas e a dado momento temos saudades do que efecivamente não tivemos....estranho!!!

10:38 da manhã  
Blogger caminante murmurou...

Bellísima imagen. Luz intensa en su suavidad.
El texto, adecuado.
Un fortísimo abrazo.

12:57 da tarde  
Blogger Maria murmurou...

Saudades do que não se tem ou do que ja se teve e se perdeu...conheço o sentimento Luís.

Beijinho e bom fim de semana

FF

9:33 da tarde  
Blogger Maria murmurou...

Falta-me um abraço...
Gostei especialmente de te ler, hoje. Não sei porquê. acho que são dias...
A foto é linda
Deixo-te um beijo

10:59 da tarde  
Blogger Maria P. murmurou...

E eu fico em silêncio.

Um beijinho.



P.S. Assino por baixo todos os comentários que sugerem um livro. É urgente.

11:43 da manhã  
Blogger P-S murmurou...

Descobri este espaço ha pouco tempo e nao consigo deixar de cá vir é simplesmente fantastico. Este post está irrepreensivel, muito bonito mesmo! e tudo o resto ja aqui foi dito.

3:51 da tarde  
Blogger Unknown murmurou...

E escusado fico sempre sem saber o que dizer, mas ao mesmo tempo querendo dizer algo, este está fantástico "o sol que as lambeu" "a ventania se aproxima prenha de carícias." são de uma eloquência... que pouca gente e capaz...
Abraço

11:40 da tarde  

Enviar um comentário

:: INÍCIO :: O Murmúrio das Ondas ::


Air - Bach