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sexta-feira, outubro 06, 2006

No banco de trás do táxi

Afundo-me neste assento. O banco de trás deste táxi imenso. E são 4h30 da manhã. O interior da viatura parece-me enorme. Encosto-me. Olho pela janela. A cidade envolta em luzes. Espreito-a por entre as gotas no vidro da janela. E espreito a noite que termina. Tinha dado indicações que não estaria no escritório na sexta-feira de manhã. Proporcionar-me-ia uma "meia ponte". O jantar seria no dia 5 de Outubro à noite. Íamos estar todos juntos outra vez. Dissertar sobre a existência castradora a que o Homem está sujeito. Banhar a conversa em rios de sangria, cerveja e todo o tipo de líquidos embriagantes. Dançar até cair. Acabar a noite a ver o nascer do sol no miradouro do Adamastor. Ou a petiscar todos juntos em casa de um estranho acabado de conhecer. Talvez acordar num quarto desconhecido. Sozinho. Ou acompanhado. Ia viver isso tudo de novo e a experiência não se compadecia com reuniões às 9h da manhã no dia seguinte. Cancelei-as. Afinal não estamos todos. Uma ausência motivada por uma estadia temporária no Porto para um curso de preparação para o acesso à magistratura. Outra sem um motivo. Outra que resulta do Atlântico que teima em separar os Açores do continente. Já não me indigna a existência castradora. É "conditio sine qua non" da vivência em sociedade. Já não bebemos o que quer que tenha álcool. Escolhemos um bom tinto. E a sangria. Essa ainda permanece. O Direito do Trabalho já não é a imagem romântica do advogado de mangas arregaçadas que caminha lado a lado com os trabalhadores em greve. É uma ferramenta técnica que permite calcular indemnizações e negociar algarismos. O tema hoje é a finitude do Homem e a sua busca pelo amor enquanto sentimento perene que contraria essa mesma finitude. Existirá? E a música. Conseguirá o Homem rasgar o númeno através do êxtase wagneriano? Saímos e vamos até um bar. Hoje não vamos entrar em todos os cantinhos do Bairro Alto. Um bar chega. Vamos sentar-nos e tentar não falar de trabalho. O álcool ingerido culmina num ligeiro atordoar. Já não se termina a noite em espasmos regurgitadores dignos de um ritual dionisíaco. Percebo pelo rumo da conversa que já não vamos dançar. Eu queria tanto. Fica para outro dia. Vemos que já não é igual. Não lhe quero chamar crescimento. Amadurecimento. Prefiro chamar-lhe tempo. Deixa marcas no corpo. E na psique. E eu, curiosamente, gosto. Não me choca. Não trouxe carro porque esta noite ia ser como as de há dois anos atrás em que tudo podia acontecer. Não sei se não aconteceu. O meu tudo já não passa pelo tudo de há dois anos. Despedimo-nos. Entro contigo dentro de um táxi que te deixará primeiro em casa. Combinamos uma ida ao CCB ver aquela exposição de fotografia. Não combinamos um novo jantar ou uma ida àquele novo bar. Saíste. E eu continuo. Sentado no assento deste táxi. A olhar lá para fora. Através das gotas no vidro da janela.

14 murmúrios:

Blogger Maria P. murmurou...

Sinais do Tempo.
Há gotas que fazem bem.

Adorei.

Beijinho.

10:55 da manhã  
Blogger Unknown murmurou...

maria p., fiz minhas as palavras tuas!
Pois é, luís, é assim o tempo que passa... de mansinho!

daniel sant'iago

11:16 da manhã  
Blogger O Sibarita murmurou...

Caro Luis, admirante como você consegue passar o seu dia a dia aos leitores envolvendo-os(nos) como se eles(nós) estivessemos dentro do texto. Me sinto assim e creio que os outros também! Parabéns!

Obrigado pelas palavras no nosso blogue espero que você volte sempre.

abraços
O Sibarita

2:33 da manhã  
Blogger £ou¢o Ðe £Î§ßoa murmurou...

Embarquei nas tuas palavras e deixei-me levar...

Até outro instante!
Gude uikende

12:51 da tarde  
Blogger Pé de Salsa murmurou...

Muito interessante Luís...

Interessante a forma como escreves. Como nos descreves os teus sentimentos, mesmo que momentâneos... "Saímos e vamos até um bar. Hoje não vamos entrar em todos os cantinhos do Bairro Alto. Um bar chega. Vamos sentar-nos e tentar não falar de trabalho. O álcool ingerido culmina num ligeiro atordoar. Já não se termina a noite em espasmos regurgitadores dignos de um ritual dionisíaco. Percebo pelo rumo da conversa que já não vamos dançar. Eu queria tanto. Fica para outro dia. Vemos que já não é igual. Não lhe quero chamar crescimento. Amadurecimento. Prefiro chamar-lhe tempo. Deixa marcas no corpo. E na psique."...
Sentimo-nos perfeitamente integrados no ambiente que te rodeia (no teu ambiente) e, ao verificar que és tão jovem, temos, obrigatoriamente, de ficar a pensar nesse tempo que passa a correr, que muda a vida e a mentalidade das pessoas.
Pensando bem, acho que o meu último post, sem sabermos, é um complemento do teu. Há que viver a vida pois ela passa por nós rapidamente!

Tem um bom fim-se-semana.
Um abraço, Luís.

5:23 da tarde  
Blogger Pé de Salsa murmurou...

Muito interessante Luís...

Interessante a forma como escreves. Como nos descreves os teus sentimentos, mesmo que momentâneos... "Saímos e vamos até um bar. Hoje não vamos entrar em todos os cantinhos do Bairro Alto. Um bar chega. Vamos sentar-nos e tentar não falar de trabalho. O álcool ingerido culmina num ligeiro atordoar. Já não se termina a noite em espasmos regurgitadores dignos de um ritual dionisíaco. Percebo pelo rumo da conversa que já não vamos dançar. Eu queria tanto. Fica para outro dia. Vemos que já não é igual. Não lhe quero chamar crescimento. Amadurecimento. Prefiro chamar-lhe tempo. Deixa marcas no corpo. E na psique."...
Sentimo-nos perfeitamente integrados no ambiente que te rodeia (no teu ambiente) e, ao verificar que és tão jovem, temos, obrigatoriamente, de ficar a pensar nesse tempo que passa a correr, que muda a vida e a mentalidade das pessoas.
Pensando bem, acho que o meu último post, sem sabermos, é um complemento do teu. Há que viver a vida pois ela passa por nós rapidamente!

Tem um bom fim-se-semana.
Um abraço, Luís.

5:23 da tarde  
Blogger Teresa Durães murmurou...

Adorei também
e como diz a Maria P., há gotas assim,necessárias, que fazem bem.

Um bom fim de semana!

5:36 da tarde  
Blogger Arauto da Ria murmurou...

Olá luis,boa noite.
Pois é o tempo anda devagarinho na tua idade, mas anda, mas na minha já corre e depois voa. A nossa vida é mesmo uma passagem e temos
que sabê-la viver.O Pablo Neruda é
um dos bons mestres, como já aludiu o Pé de Salsa, mas nós é que teremos de ser os grandes mestres da nossa vida.
Tu és admirável a envolver-nos com os teus momentos, na tua escrita.
Um abraço

12:35 da manhã  
Blogger AnaGarrett murmurou...

Interessante a tua maneira de escrever.
Beijinho

12:56 da manhã  
Anonymous Anónimo murmurou...

continuo a gostar de passar por aqui!

Abraço!

2:43 da tarde  
Blogger Mocho_ao_Luar murmurou...

Uma pessoa quando espera muito de algo (uma saida com os amigos é frequente), as expectativas acabam por ficar goradas.
Sim, o tempo têm a tendêndia de anestesiar as pessoas...
abraço!

7:35 da tarde  
Blogger rui-son murmurou...

Concordo com o pé de salsa, a maneira como escreves é completamente involvente.

10:13 da tarde  
Blogger Maçã de Junho murmurou...

Frases curtas, onde o ponto final não é o fim, é uma união que nos remete á frase seguinte e assim por diante. Até que acabamos também por nos sentarmos no banco de tráz do táxi e sentirmos os gotas no vidro de tráz.

Bjs
Maçã de Junho

2:04 da tarde  
Blogger intruso murmurou...

:)
.....viagem de táxi, viagem interior......

9:06 da tarde  

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