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terça-feira, julho 10, 2007

Despertou com o aroma do café. Desceu as escadas e caminhou descalço pelos penedos que se espreguiçam desde a porta de casa até ao vale lá em baixo. A pedra beijava-lhe a sola dos pés com o calor que a veste desde o despertar. A exemplo dos girassóis que velam os muros da casa virou o rosto em busca de luz e sentiu o fogo que descia sobre si num novo baptismo. Ele gostava que estivesses aqui. Que o cheiro da tua pele se misturasse com o do café que se insinua à medida que regressa a casa com destino à cozinha. Sentou-se com uma caneca de café quente entre as mãos e cortou uma fatia do bolo de laranja feito na noite anterior. Comeu-a com gosto sem, porém, sorver uma única gota do almejado líquido. Dizem que era o teu rosto que ele via reflectido no círculo negro. Que em vão sorvia os farrapos que fumegavam de entre as suas mãos em busca do teu cheiro. E que, desistindo, pousou a caneca e desceu em direcção ao vale. Dizem que partiu em busca de ti. Não sei se assim foi, apenas sei que não voltou. Ainda hoje ela o espera. Acredita que ele há-de voltar. Guiado pelo aroma do café.
(fotografia por Luís Rodrigues, vista de Fornos de Algodres, Julho de 2007)

13 murmúrios:

Blogger Maria murmurou...

Os olhos vêem sempre o que nós queremos ver....
... eu também esperaria, fazendo café todos os dias para que o aroma nunca se dissipasse no ar....

Beijo, Luís

(a última vez que estive em Fornos foi o pior dia desta minha vida...)

2:30 da tarde  
Blogger rascunhos murmurou...

Antes de ler tentei ( em vão diga-se)reconhecer a paisagem.Excelente foto.

... a vida tem desses desencontros que tu descreves tão bem...


volto na terça

...

2:35 da tarde  
Blogger Kalinka murmurou...

Luís
Como é bom ouvir os murmúrios das tuas ondas...adoro!!!

Já agora:
Olivença é daqueles nomes que já todos ouvimos falar. Sabe-se que é uma terra que fica em Espanha, mas que já foi portuguesa e que alguns dizem ainda ser portuguesa. Em traços gerais, isto deve ser tudo o que a maior parte dos portugueses sabe a respeito de Olivença. Poucos a visitaram ou se deram ao trabalho de consultar um livro sobre a história desta vila.
Olivença situa-se no Alto Alentejo, na margem esquerda do Rio Guadiana, próxima de Elvas. Mais de 80% dos oliventinos ignoram os factos e acreditam que Olivença foi trocada por Campo Maior.
E TU, QUE ACHAS?
Que sabes sobre Olivença?

Beijitos.

6:09 da tarde  
Blogger João Roque murmurou...

Amigo Luís
pode parecer-te um perfeito disparate, mas o facto é que ao ler este teu texto, ele parecia acompanhado pela letra do "Barco Negro", na sua versão Ney Matogrosso. Estarei bem? Gostei muito, como gosto muito dessa música, parece claro...

12:11 da manhã  
Anonymous Anónimo murmurou...

Olá Luís,

Como sempre, muito bonito. Quer a fotografia (conheço bem Fornos de Algodres) quer o texto. Aliás, tudo o que tens vindo a escrever continua a deixar-me encantada.

Aguardo o tal livro.

Beijo da
Pé de Salsa

11:51 da tarde  
Blogger Maria Carvalhosa murmurou...

"Ainda hoje ela o espera". Ela é o "tu" do texto? Está muito bonito mas, para que faça sentido para mim, tenho que ler "ainda hoje esperas por ele". Esclareces-me?

A fotografia é de mestre. Parabéns.

Beijos, Luís.

1:53 da manhã  
Blogger Maria Carvalhosa murmurou...

Querido Luís,

Estive a ler novamente e acho que, afinal, era eu que não tinha interpretado devidamente. Existe uma terceira personagem, silenciosa, quase apagada (a que fez o café da manhã) e que espera por ele. Ele que, como em qualquer triângulo de desencontros amorosos, foi à procura do seu amor, esse sim, o "tu" do texto.

Beijos.

11:14 da manhã  
Blogger lampejo murmurou...

Como sempre sublime...

1:18 da tarde  
Blogger Paulo murmurou...

Há sempre aromas que confortam as ausências maiores. Há, também, murmúrios quando são inuteis as palavras...
Partir em busca....no regresso que se retarda no preterito...é dizer «adeus» deixando a expectativa a "bailar" em cada rotação de girassóis...
Abraço
Paulo

1:45 da manhã  
Blogger Luís Galego murmurou...

Dizem que era o teu rosto que ele via reflectido no círculo negro

quando estamos apaixonados, somos uma espécie de imperador adriano, tu nos lembra Antinoo, o objecto da paixão.

1:12 da tarde  
Blogger Urban Cat murmurou...

Adorei a foto, amei o texto…principalmente quando escreves:

“A PEDRA BEIJAVA-LHE A SOLA DOS PÉS COM O CALOR QUE A VESTE DESDE O DESPERTAR”

Beijo e boa semana.

12:58 da manhã  
Blogger MiaHari murmurou...

Simples e calorosa, a bela flor lá estava! Seu olhar, nada escondia!
Lindo texto, como sempre!
Abraço.

1:19 da manhã  
Blogger Fernando Pinto murmurou...

Este teu girassol é singular...

Abraço,
FM

5:19 da tarde  

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