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segunda-feira, abril 23, 2007

Criança de mar


Fecho livro e espreguiço-me na areia. Chegou a hora. O sol beija-me a pele saudosa de verão e ela agadece adquirindo novas tonalidades. Levanto-me e escuto-as. Chamam por mim num dialecto de espuma. Estendem-se na areia molhada e convidam-me a entrar. Para trás ficam as pessoas, a cidade e o trabalho. Fica tudo o que foi até há um segundo atrás. À minha frente só azul. Caminho determinado. Ao primeiro contacto os músculos contraiem-se e a pele arrepia-se. Prefere a dormência do sol à agitação das ondas. Mas o seu apelo impõe-se. Como recusar o trono de senhor da imensidão atlântica? Num impulso de coragem mergulho de volta a casa. Cá em baixo corto a imensidão que me arrepia a alma. Sinto-a contra o rosto crespo da barba por fazer, nos ombros largos. Desliza-me pelos braços, pelo torço e pelas pernas, culminando em carícias na ponta dos pés. Outro impulso e o rosto volta a expôr-se à luz do domingo. Os cabelos liquefazem-se numa mancha negra que se derrama pela fronte. Nuca, pescoço. Sou criança e brinco nas ondas. Nem mãe nem pai para me chamarem para a toalha. Sou criança do mar. Criança no mar. Tinha saudades. Juro que tinha.
(fotografia de Rafael Almeida)

18 murmúrios:

Blogger Maria murmurou...

As ondas a chamarem-te, o arrepio do mergulho, a brincadeira da criança do mar...
Tão bonito, Luís... a tua escrita toca-me bem cá dentro, essa tua capacidade de voltar atrás, de voltar a ser menino outra vez...

Beijo ternurento

(espero que tenhas lido o último comentário do post anterior)

12:19 da tarde  
Blogger Luís Galego murmurou...

Sou criança e brinco nas ondas. Nem mãe nem pai para me chamarem para a toalha. Sou criança do mar. Criança no mar. Tinha saudades. Juro que tinha.

eu também as tenho...belo texto!!!

12:26 da tarde  
Blogger Fernando Pinto murmurou...

Na praia do Furadouro, no oceano que me viu nascer, também li e leio desses romances que se espreguiçam na areia, no céu e no mar...

Abraço!

Gostei muito do que vi e li por aqui. Obrigado pela visita ao meu «Labirinto de Olhares».

12:41 da tarde  
Blogger Maria P. murmurou...

Ao amanhecer...o teu.
A dança das ondas é linda sim:)

Beijinho.

2:10 da tarde  
Blogger lampejo murmurou...

Viver é sentir todos os pequenos "aromas" que deliciam a nossa existência...

2:58 da tarde  
Blogger Tongzhi murmurou...

Penso que a sensação toda a gente já a sentiu...mas a forma como a (d)escreves transmite muito mais do que isso!

2:59 da tarde  
Blogger lisa murmurou...

Uhmm sol, calor, praia...
Adorei o texto.

Beijo daqui das minhas noites de lua cheia.

3:53 da tarde  
Blogger rascunhos murmurou...

Gosto do que sentes.Imenso...
Bjs

5:19 da tarde  
Blogger Ka murmurou...

Que texto bnit Luis,

Acho que o que transmitiste corresponde ao que uma série de pessoas sente saudade (eu incluída ..:))

Ainda por cima do mar, a praia o sol hmmm... o que vale é que o verão está perto!!!

9:45 da tarde  
Blogger The White Scratcher murmurou...

As tuas palavras são um jogo de sedução,, daqueles que apetece jogar sem parar... daqueles que descobrimos só de vez em quando...e que nos fazem voltar a sonhar..

...

12:02 da manhã  
Anonymous Anónimo murmurou...

Tu pões-me um pouco zonzo, Luís!
Toda a minha gente, estupidamente "inteligente", mas oprotunista, publica livros(?); nem exemplifico, todos os conhecemos, pois dão-se ao trabalho de se auto-promoverem.
E, aqui, num blog que tem um título lindo, "habita" um tipo que escreve coisas que me põem a "pele de galinha" tal a sensibilidade e delicadeza de cada palavra usada com mestria no sítio certo, para que a frase "funcione". Caramba, não há alguém que veja que está aqui um homem que escreve com tudo o que tem: alma, coração, cabeça e mais que sei lá...
Achas que é necessário dizer que gostei?
Abração.

Só uma pergunta malandreca; a que horas foste para o murmúrio das ondas, neste domingo?

1:15 da manhã  
Blogger Ana Prado murmurou...

A mesma escrita, Luís. A mesma suave densidade dessa escrita que estarrece.

Um abraço, amigo. Um abraço de palavras. As que não tenho, mas que conheces tão bem.

9:59 da manhã  
Blogger Fernando Pinto murmurou...

Respondendo à tua questão:

sim, são todas captadas pela minha lente errante... Na minha galeria virtual tento revelar um pouco do meu sentir fotográfico. Coloco fotos de todo o género, para que todos possam entender o que pretendo mostrar... Aos poucos vão ficar a conhecer o meu "eu fotográfico". Volta sempre que quiseres ao meu «Labirinto de Olhares», porque pessoas como tu, com o teu olhar, com a tua sensibilidade, são sempre bem-vindas! Fica bem!

Como tu, também amo a Fotografia!

Abraço,
FMOP

12:23 da tarde  
Anonymous Anónimo murmurou...

Intensidade!
Sinto intensidade em todas as tuas palavras.
Lindo!
O texto é lindo!

Vom parar aqui quase que por "acaso"...

Eu volto!

Beijos,
Dark Moon

8:55 da tarde  
Blogger Maria Carvalhosa murmurou...

Belo texto de viagem à infância. Sem o saberes, lado a lado, senti-me transportar contigo.

Beijos.

8:32 da tarde  
Blogger Mr. Placard murmurou...

Adorei a forma como as palavras nos deixam envolver no cenário descrito! Excelente!

=)

10:18 da tarde  
Blogger Fernando Pinto murmurou...

Luís, coloquei um "link" para o teu murmúrio no meu «Labirinto de Olhares», porque é um re(canto) especial.

Abraço,
FM

1:05 da manhã  
Blogger Unknown murmurou...

Gostei muito deste texto, gostei mesmo. Para quem ainda não teve o prazer de mergulhar este ano foi muito bom ler a tua fantástica descrição e relembrar.

1:38 da manhã  

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