café de domingo... café de beijos...
Esquece. E fica. Assim. Aqui comigo. Os teus pés acompanham os meus. À nossa volta há um domingo cinzento. Uma cozinha com loiça para lavar. Uma mesa para arrumar. Passos para dar na rua em direcção a um café. Não. Vamos dá-los juntos. Ao som deste acordeão. Desta voz quente. Fecha os olhos. Reconheces o ritmo? É Paris. Vamos dá-los nesta sala que já não é. Que é um café. Em Paris. "Une valse a trois temps". Os pratos já lá não estão. A melancolia esfuma-se. O mundo deixa de existir. Somos tu e eu. Nesta valsa a três tempos. Movidos pelo acordeão. O domingo burguês não existe. Nem as conversas de ocasião. O nosso domingo cinzento é um sábado à tarde. As visitas de rotina são a nós mesmos. Hoje esquecemos a famíla. Os amigos. Entrega. Dois corpos num. Não há pessoas a visitar. Só nos dois. O café não vai ser tomado entre rostos tristes. Vai sê-lo aqui em casa. Aroma a café de beijos. Uma mão vai segurar a chávena quente. A outra o teu corpo. Ao som de uma valsa a três tempos. Rodeados por pratos que dançam. Torneiras que jorram. Lençóis que se enrolam. Toques de telefone. E o acórdeão. E o aroma. Do nosso café.
7 murmúrios:
Que texto lindo! Quando nos esforçamos, podemos tornar cada momento tão especial!
Sinceramente, fiquei comovida porque acho maravilhosa essa vontade de aproveitar o tempo e torná-lo mágico. É a pura felicidade.
Adorei mesmo!
Beijo grande.
Podemos estar onde quisermos. Basta querermos. Quase sempre. Estar assim, é estar.
Continua a estar. Estarei também aqui.
Beijo.
I.
Que lindo!
Consegui visionar!
La nuit à Paris et... une valse à trois temps...de rêve!
Um abraço Luis.
Grata pelas amáveis visitas à Casa de Maio.
Beijinho.
Que saudades tenho dessa partilha...de esquecer tudo e envolver-me numa valsa.
Ficou-me uma melodia no ouvido.
Vai ficar comigo esta noite ;)
Beijos
São momentos desses que tornam cada um de nós, seres únicos!
Gostei verdadeiramente!
Muita musicalidade no teu texto! Lindo!!!
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