Não me peças
Foi na sexta-feira passada. Estava a terminar a semana e ainda tinha tanto que fazer. Terminar aquele contrato-promessa e elaborar o relatório da reunião com os últimos clientes da tarde. Tocou o telefone. A secretária disse-me que eras tu e que iria passar a chamada. Nessa fracção de segundo devo ter corado até ao meu íntimo. O tempo parou. Atendo a chamada e oiço a tua voz. Tão terna. Sabes que quando falamos eu regresso a casa. Regresso a mim. Ao ouvir a tua voz encontro-te e encontro-me. Dizes que tens uma surpresa. Nestas coisas dos namoros e das seduções é normal termos surpresas. Um poema que se leu e nos fez lembrar aquela pessoa. Uma música que ouvimos. Uma frase bonita. Por vezes um cd cheio de músicas especiais. Uma fotografia. Por isso dizes que tens uma surpresa e eu acredito. Nunca naquela tarde de sexta-feira, pensei que fosse essa a surpresa. As outras, já as tive. Já as fiz. Mas não me peças para estar à espera de, no meio de documentos, faxes e telefonemas, receber aquela chamada. E ouvir. Dizes que compuseste a letra e a música a pensar em mim. Não me peças para estar à espera dessa surpresa. Não me peças para considerar expectável que ma fosses cantar. Que eu a fosse ouvir no meio daquela correria de sexta-feira. Que eu sentisse um arrepio estranho enquanto te oiço cantar para mim os mares e os reencontros. Os abraços e a felicidade. Não me peças para estar à espera. Não me peças... porque foi uma surpresa.
3 murmúrios:
Agradeço a visita à Casa de Maio.
Que fresco e interessante o murmurar das ondas por aqui!!
:)
supresas cintilantes são jóias irresistíveis, sussurros que vibram, murmúrios que se agitam... :)
Maria... pode contar com muitas mais visitas. Com um blog daqueles só fica a perder quem não visita.
Beijinhos
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