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quinta-feira, outubro 29, 2009

O preâmbulo de um (outro) adeus



O nevoeiro, o teu corpo inerte, o eco estéril das notícias pela rádio, as portas deste carro. Tudo me aprisiona e sufoca. Amarras-me os braços com o torpor da tua apatia e eu já não os consigo estender para alcançar a constelação de sonhos que paira sobre mim enquanto dormes, distante do que quero e sou. E que é tão mais do que a carne que pretendes assegurada para, lentamente, morrer a teu lado. Desconheço-me na penumbra da tua indolência.


(fotgrafia: "No pulse", por Joana Linda)

sexta-feira, outubro 23, 2009

Uma sexta-feira e mil silêncios



Sentamo-nos na mesa decorada de silêncio. Aquele espaço entre a aspereza das palavras e o enlevo de uma reconciliação. Ao longe o rio corta a neblina com reflexos de prata e sol. Não sei escolher palavras nem interpretar os teus olhos. O que neles escondes. Sinto-me esmagado pelos dias e não sei para onde fugir ou sequer se a fuga é um caminho. Talvez expluda em mil estilhaços de luz na esperança de uma nova criação. Ou talvez fique por aqui, a observar esses teus olhos que não sei o que escondem. Feliz por ver neles o reflexo do rio.



(Imagem: "Inner silence", por George Khairallah)

sábado, outubro 10, 2009

"O amor à portuguesa é uma choradeira completa"*



Grito-te aqui pela ducentésima primeira vez. E continuarei a gritar. Nos dias em que o mar lambe a costa com toda a doçura ou noutros, quando as ondas devoram as rochas com a verocidade de quem ama e não é escutado. Nuns dias com sorrisos e noutros talvez com aquela água que esborrata no rosto a falta de firmeza dos varões. Porque o meu amor é temperado com o sal que delas fica. E aquecido no lume brando da tua ausência.

(imagem: "Amália", grafitti por Jeff Aerosol)


*Amália Rodrigues, no Coliseu dos Recreios, anunciando o fado "Lágrima"

quarta-feira, outubro 07, 2009

A violent yet flammable world*



Há muito que este corpo caminha envolto em fiapos de solidão. E é sozinho que o mergulho na água gelada que jorra das veias pétreas que atravessam o Norte dos meus sentidos. Sozinho que vou emergindo, e sinto-me despertar com o corpo trespassado de frio e água. Sozinho que abro os olhos e vejo-te assim. Apenas tu. Diante de mim. Avançam os dias e os meses e a solidão desfaz-se com os ventos que sopram da Serra. Derrete-se com o calor do teu corpo, junto ao meu, quando te aperto nos meus braços. E embriagado por esta sensação de que te tenho e cuido, com o travo na boca ao sabor cálido do café que tomamos nas manhãs de chuva, abro os dedos. E sem dar conta deixo-a partir. A solidão fez-se música. E perdeu-se no céu entre os últimos acordes do passado.

(fotografia: "Sleeping couple", por Karin Rosenthal)



*apropriando-me do título de uma música de "Au revoir Simone"

sexta-feira, outubro 02, 2009

3



Estou a cumprir o meu papel como um rapazinho aplicado, sabes? Tudo certo. Tudo tão certo. Só as noites custam a passar.



(Fotografia tirada de "A place in the sun": M. Clift e E. Taylor)


Air - Bach