<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d31896494\x26blogName\x3dO+Murm%C3%BArio+das+Ondas\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://luisgrodrigues.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://luisgrodrigues.blogspot.com/\x26vt\x3d6077318278056400174', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quinta-feira, julho 24, 2008

POUCO


Hoje torno-me mais eu, Luís, pequeno perante esta enorme massa azul que me vem salivando os pés. Hoje torno-me mais eu e mesmo assim é tão pouco. E mesmo assim há beijos para serem dados, requerimentos a serem redigidos, vinhos a serem bebidos e tristezas a serem gemidas. Há casamentos a aplaudir, roupas novas a vestir e outras carnes a serem tocadas. Mais para a frente um caixão a preencher. E mesmo assim é tudo tão pouco. O cheiro a espuma apenas. Não é engraçado como por vezes um cheiro pode ser tudo? Mesmo comparado com o resto. Que sempre me cansou e que será sempre tão pouco.

terça-feira, julho 15, 2008

Do preâmbulo do nosso epílogo


(imagem: "Ram's head", por Georgia O'Keeffe)


A cal das paredes foi-se desfazendo numa ténue poeira que se acamava pelo chão fora e as próprias paredes foram-se esboroando até desparecerem. O soalho foi ficando gasto até se conseguir ver a terra as ervas foram povoando o solo. As telhas foram caindo e os barrotes que as sustentavam acabaram por desabar. E assim a casa foi consumida pelo tempo.


É assim que começa o meu livro, sabes? Comecei a escrevê-lo hoje porque se impõe. Por um lado porque consigo agora revisitar esses dias sem que a mágoa me venha pontapear o peito, e por outro, porque os mesmos dias são como a casa do livro: começam a diluir-se no tempo sob a ameaça de se perderem de vez. Edificaste os meus dias com o calor do teu corpo, com a alvura do teu sorriso e com esse olhar tão doce, sem que eu alguma vez desconfiasse que os conseguiria voltar a edificar sem ti. E o que fazer agora, quando a dor da tua ausência, que foi a minha única riqueza nestes anos, já não quer ficar a meu lado? Sinto que tem que ser escrita. Juntamente com os sorrisos que me rasgaste nos dias felizes. Não o fazer seria uma traição. À tua presença. E à da tua ausência.

Air - Bach